quinta-feira, 28 de novembro de 2019

A teoria é a seguinte. Não fui eu que inventei. Um parto é vida e luto. A primeira parte é óbvia e vou me permitir pular a explicação. A segunda é que é intrigante. Enquanto na barriga, o bebê é uma expectativa para os pais. Essa pessoa que eles esperam não existe, nunca existirá.  Quem nasce é um bebê de verdade, com seus próprios traços físicos que nenhum ultrassom 3D é capaz de revelar antecipadamente. Com sua própria personalidade, signo e vontades. Os pais, ao se depararem com essa outra pessoa, devem enterrar o bebê imaginado. A dicotomia de sentimentos pode ser mais ou menos intensa, mas está sempre presente. Ao mesmo tempo que os pais celebram a vida, lamentam o luto.

Nenhum comentário: